campanhas / 12 de abril de 2017

4 ideias e inspirações para uma Páscoa sem consumismo

Uma Páscoa sem consumismo, mas com muito significado, sentido magia, encantamento, ludicidade e diversão!

Tem um ditado que diz que a ignorância é uma benção: nós discordamos! Para nós a informação e a capacidade de reflexão é que é! E é, porque liberta! Para quem acha que depois de buscar informação, questionar os próprios hábitos e problematizar as certezas entramos numa prisão deixamos esses comentários lindos e inspiradores que recebemos desde ontem. Comentários que provam que é possível manter a magia da Páscoa sem recorrer aos malditos ovos licenciados.

Já passamos por essa revisão de hábitos e convicções: tem uma hora que simplesmente a ficha cai e percebemos que tudo o que considerávamos prioridade não tem mais sentido. Aquele ovo enorme, caro com embalagem chamativa e brinde é visto como um dos símbolos de quanto erramos como sociedade. Um misto de desprezo e asco – marketing abusivo com cheiro escravidão e trabalho infantil.

Aí é fácil e leve fazer a passagem (lembrando que Páscoa também simboliza a passagem)… E as crianças tiram de letra, porque para elas é realmente muito fácil entender quando explicamos o nosso raciocínio com empatia e quando ouvimos os seus desejos autênticos: afinal, o que há por trás dos brindes e dos personagens? O que a criança realmente deseja quando aponta um ovo na prateleira?

Aqui listamos as quatro coisas que fazemos para tirar o consumismo da Páscoa e preenchê-lo com o que realmente importa:

1. Faça você mesma: Quando, ao invés de escolher um ovo licenciado na prateleira, a gente decide por a mão na massa a criança se apropria do processo. Fazer uma lembrancinha para professores, parentes e amigos em casa envolvendo a criança é muito enriquecedor: mais do que levar para as pessoas queridas um ovo qualquer, ela leva algo que ela mesmo preparou junto com a mãe. Quem não ficaria orgulhosa levando para as pessoas que gosta um carinho feito com as próprias mãos? Quem não gostaria de receber um presentinho feito pelo seu aluno com ajuda da mãe?

2. Compre de quem faz: Quando você compra algo de um pequeno negócio, de uma vizinha, de uma colega de trabalho, ou de uma amiga está entregando uma parte maior do seu dinheiro para quem vai realmente utilizá-lo e não para quem vai especular com ele. É verdade que as grandes corporações mundiais geram empregos e divisas, porém a maior parte do faturamento não é destinada às pessoas comuns, mas a um sistema muito complexo de aplicações e inversões financeiras. Comprar de quem faz é como regar uma plantinha que queremos ver florescer: e vemos!

3. Invente brincadeiras: Pegadinhas de coelho, mapas para caça ao tesouro, danças engraçadas com as músicas da nossa infância, desenhar e pintar coelhos e ovos para decorar a casa. Vale tudo para estar mais perto das crianças nesta Páscoa. É garantido que as crianças preferem isso do que brindes descartáveis e chocolates de qualidade duvidosa. Até hoje meus filhos lembram do domingo de Páscoa em que a mãe e a avó inventaram uma coreografia para a música “de olhos vermelhos, de pelo branquinho…”. E agora já estão esperando pelas charadas feitas pelo avô que levam aos ovinhos.

4. Conte histórias: Se sua família é religiosa aproveite para estar mais perto da sua comunidade e passar para seus filhos a sua tradição e os ensinamentos. Se sua família não é religiosa (isso vale para as religiosas também), aproveite o momento para pesquisar e ensinar como as diversas religiões dão sentido à Páscoa: colheita, renascimento ou passagem, ambos símbolos para uma reflexão para uma nova chance, para uma nova fase. A Semana Santa oferece para todos, independemente da crença, uma grande quantidade de símbolos, histórias e ensinamentos para desenvolvermos as virtudes nas crianças.

Aproveitem e vivam a Páscoa além do consumo e da ostentação! Por uma Páscoa Livre de Consumismo e uma vida mais leve e simples em que estejamos conectados com o que realmente importa. Renasçamos!

Imagem: Hobbycraft

(*) Mariana é mãe de dois, publicitária e mestre em políticas públicas. É cofundadora do Milc e membro da Rebrinc. Mariana faz regulação de publicidade em casa desde que a mais velha nasceu e acredita que um país sério deve priorizar a infância, o que – entre outras coisas – significa disciplinar o mercado em relação aos direitos das crianças.


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