Neste sexto aniversário do Movimento Infância Livre de Consumismo temos a comemorar o fato de estarmos de pé e unidas. Diante de um contexto tão turbulento é hora de celebrar e reconhecer as mães, os pais, as pessoas que trabalham com educação, saúde e nutrição que continuam caminhando conosco acreditando na utopia de uma infância livre de consumismo.
Pessoas que, como nós, acreditam que o trabalho de formiguinha que realizamos, juntamente com o de outras pessoas, organizações e movimentos, pode um dia resultar em uma nova geração de crianças que possam viver num ambiente de respeito, de amor, de proteção e de suporte para que desenvolvam todo o seu potencial.
A construção desse ambiente passa pela conquista de direitos que vão muito além da regulamentação da atividade comercial da publicidade e do marketing (que é o foco da nossa luta): passa por políticas públicas que garantam para as crianças educação e saúde públicas, universais e de qualidade, no mínimo. Passa também pelo acesso à comunicação, à cultura e ao lazer, além do direito à cidade (habitação digna, mobilidade e espaços de lazer seguros) e a uma alimentação adequada e saudável (cujo sistema de abastecimento preze pelo interesse público e não apenas aos negócios).
Adultos tratados como gado não conseguem prover sozinhos a família e dar conta do imenso trabalho que é criar uma crianças com amor, cuidado, proteção e sanidade, sem violência e com acesso ao direitos que viabilizam o ser crescimento. Estamos assistindo a uma crise mundial que retarda nossa evolução como gente e como sociedade, ao tempo que aprofunda um sistema que lida com adultos, idosos e crianças como consumidores e não como cidadãos, utilizados como recursos num sistema de vida fabril e têm suas subjetividades esvaziadas, com sonhos restritos aos ‘sonhos de consumo’.
Infelizmente, entramos no sétimo ano de vida vendo o processo de conquistas de direitos ser interrompido ou atrapalhado por um ideário individualista e mesquinho. E, ainda assim, precisamos buscar energia para comemorar o fato de estarmos de pé. Precisamos celebrar o fato de ainda sermos capazes de (mal sabemos como) manter acesa a chama da utopia de viver num mundo em que valores humanos estejam acima dos interesses das empresas e cumprir a nossa missão de levar informação e fomentar o debate sobre a influência das relações comerciais na educação das crianças, vigiando a atuação das empresas.
Seis anos de Milc, de amor e ativismo pela infância, buscando aumentar a compreensão da sociedade para as questões da publicidade e consumismo infantil, fortalecendo o movimento frente aos excessos das empresas.
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