Texto de Leo Nogueira Paqonawta*
Continuamos a nossa reflexão iniciada ontem.
A “Liberdade de expressão” é invocada de novo e, no sentido que ele parece dar, a “liberdade de propagandear” para as crianças está no mesmo patamar para a publicidade como está para a imprensa. Ele analisa por um mesmo viés, tomando da Constituição o Art. 220 no seu § 4º para justificar sua interpretação.
Note-se que a DESREGULAÇÃO dos apenas cinco artigos do Capítulo V da Comunicação Social desde 1988 ainda causa confusão, obviamente para a delícia dos monopólios e oligopólios da mídia (referidos no § 5º do Art. 220, apenas uma linha abaixo), caso da empresa em que ele trabalha.
Obviamente que ele nem se deu ao trabalho de ler e entender o Art. 227, ou o ECA, já que o papel dele como mercenário e “colonista” (e de filósofo fazendo as vezes de pseudo-jornalista) na empresa patroa é de criar mais confusão ainda, des-informar com ares de erudição e autoridade legítima sobre as questões da “verdade”.
Vocês verão que breve, breve, serão outros “colonistas” a tocar no assunto, para defender os interesses dos poderosos da mídia, da publicidade e propaganda, da comunicação social, enfim: Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, e mais Olavo de Carvalho, Raquel Sheherazade, Merval Pereira… a nata dessa “liberdade de expressão” que se confunde com “opressão”.
As empresas da área de comunicação social representantes do monopólio midiático não dão ponto sem nó, cantam e tocam numa mesma orquestra e fazem a sociedade dançar como melhor lhes aprouver…
Então, quebrando esse passinho do “uma propaganda prá lá” e “muito lucro pra cá” vamos entrar com o sambalelê da criança e adolescente, porque no forrobodó dos interesses do mercado ainda temos o dever de assegurar e defender, com prioridade absoluta, seus direitos “à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.
“Te cuidem”, mercenários de plantão!
Imagem da web.
(*) Leo é Pedagogo, Mestre em Educação, Doutorando do PPGE/UFSC. Atua profissionalmente como Artista Gráfico e Professor/Coordenador (Mídia) Pedagógico dos Anos Iniciais. Desenvolve oficinas orbitando entre os campos do saber/fazer/poder/amar como des-cobrir o tempo/espaço da infância na escola nas dimensões do participar, brincar e aprender como direitos da criança, para dar passos re-evolutivos na re-vira-voltação das gentes para o Bem Viver, e estudos na perspectiva da descolonização do saber, no des-velamento das conexões entre Economia, Política, Educação, Cultura, Comunicação e Artes para a libertação dos seres no pleno exercício de sua cidadania, pela rexistências para a plenitude de nossa cosmocidadania. Focaliza ações em “Telejornal e Crianças”, “Educação com Imagem-em-Ação” e proponho um “Telejornal Com Textos e em Contextos Escolares” e a democratização dos meios de comunicação. Investiga os pressupostos da Cosmovisão e Sabedoria Ancestral Andina refletidos na Educação em Abya Yala (Amérikas).
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