Texto especial para o Milc de Mariana Sá*
Está acontecendo o 1º Conapcoi e na nossa palestra falamos sobre os alimentos com alto teor de publicidade e sobre a necessidade de nos organizarmos em grupos para descobrir e compartilhar informações fundamentais para promover a saúde. Finalizamos com sete dicas para reconhecê-los e evitá-los:
1. Tem embalagem? Atenção redobrada. Se não quer ter trabalho lendo rótulo, conhecendo o risco de cada componente, prefira produtos sem rótulos, in natura.
2. Tem personagem na embalagem? Cuidado. É hora de comparar os produtos “infantis” e regulares. Compare lista de ingredientes, tabela nutricional e preço.
3. Não use os personagens presentes na embalagem para tornar o produto atrativo para a criança. Infância e ludicidade tem tudo a ver e obviamente é bacana tornar a alimentação diverdida, mas contar com personagens colocados lá pela indústria é uma grande armadilha. Melhor fazer um macarrão de espinafre em casa e dizer que é deste personagem verde ou daquele que fica forte quando come o vegetal.
4. Se tudo as crianças já conhecem, gostam e pede certos alimentos com personagens, explique a sua decisão e diga que todos vão se ajudar a banir cada um deles de sua casa. Vá fazendo substituições graduais e mudanças de hábitos que possibilitem outra relação com a alimentação.
5. Evite levar crianças no supermercado. Programe-se para que as crianças estejam sob cuidados de terceiros ou na escola durante as compras. Se for impossível, prefira mercadinhos pequenos e de bairro, onde o assédio é menor, por serem menos bem arrumados e estarem fora do foco dos grandes anunciantes.
6. É bom reservar um tempo para ir a feiras de rua: lá mostre os vegetais e permita que eles interajam com os feirantes, que manipule, cheire e prove os alimentos, se for permitido.
7. Se a tela ainda tem alguma centralidade na sua casa, não permita que assistam a programação infantil das tevês comerciais – abertas ou fechadas – que é onde se concentra a publicidade de alimentos dirigidas às crianças. Prefira selecionar o conteúdo, usando DVDs ou TV on demand que são livres de propaganda. Se for impossível, priorize a TV pública, que não tem propaganda.
Leia nossos textos sobre publicidade de alimentos e conheça mais sobre as artimanhas do marketinge e da publicidade de alimentos dirigidos à criança: http://milc.net.br/category/alimentacao/
(*) Mariana é mãe de dois, publicitária e mestre em políticas públicas. É cofundadora do Milc e membro da Rebrinc. Mariana faz regulação de publicidade em casa desde que a mais velha nasceu e acredita que um país sério deve priorizar a infância, o que – entre outras coisas – significa disciplinar o mercado em relação aos direitos das crianças.
Tags: alimentação infantil alimentação saudável dicas publicidade de alimentos