Texto especial para o Milc de Vanessa Anacleto*
Meu filho estuda numa escola pública de excelência. Por isso, quando chega o início do ano letivo eu me sinto um ser de outro planeta. É que na escola do meu filho a Lei de Diretrizes e Bases da Educação é cumprida praticamente à risca. Assim, entre outros “luxos” ( na verdade, direitos) temos uma lista de material mínima. Minha memória é péssima, mas pelo que me lembro em 2017 meu gasto com material escolar dele não ultrapassou cem reais. Os livros, como já acontece em toda a rede pública, são reutilizáveis. Para as famílias sem condições de arcar com material escolar, existe uma assistente social na escola encarregada de ajudar a pleitear auxílio da verba de assistência estudantil. Isso vale também para outras necessidades como óculos e uniforme escolar. Outra coisa que eu vejo na escola do meu filho é uma maior participação dos pais e a direção não acha isso ruim. A escola do meu filho é um modelo e uma raridade no Brasil.
O comum no Brasil são escolas públicas carentes dos recursos mínimos necessários para atendimento em sala de aula, que dirá apoio à família. Na verdade, muitas vezes as famílias acabam apoiando mais a escola para que ela funcione do que o contrário. Conheço – e você também deve conhecer – pessoas que fizeram os maiores sacrifícios para fugir da matrícula na escola pública e acabaram caindo em escolas particulares que cobram bem mais que o preço das mensalidades.
Por que a lista de material é imensa? Por que os livros na escola privada também não pode ser reutilizáveis ou parte de um banco de livros que circule entre os alunos de ano para ano de modo a minimizar os impactos ambiental e econômico? E o uniforme, por que não pode circular depois que eles crescem? Alguém acredita no preço que uma escola privada cobra por um passeio pedagógico? Por que a educação para o consumo não faz parte do dia a dia da escola? Por que a maioria das escolas evita sua parcela de responsabilidade na missão de educar, dando o exemplo?
A campanha Descobertas (clique aqui para conhecer) da Mercur, nossa parceira nesta campanha de volta às aulas, busca trazer essa mesma reflexão para os pais. A abertura da possibilidade de substituir apenas uma ou duas das cores de giz cera das crianças, por exemplo, quando a maioria da caixa está praticamente intacta é uma das soluções que a empresa propõe. Para que comprar uma caixa inteira de giz de cera, impactando o meio ambiente e nosso bolso? Seria ótimo se todas as empresas pensassem assim e nos permitissem comprar apenas e tão somente o que precisamos.
Muita gente acha que quanto maior o preço, melhor o serviço e, consequentemente, tudo o que é caro deve ser, necessariamente, bom. Eu discordo. Mesmo sabendo que para a prestação de um bom serviço educacional existe um custo do qual não conseguiremos fugir, quando a escola extrapola esse custo está visando única e exclusivamente, lucro. Não sei como é na escola do seu filho mas um conselho que eu dou, mesmo sendo uma mãe ET da escola pública é: converse com os outros pais quando algo assim estiver te incomodando e, depois levem suas ideias até a escola. Não custa nada. Pelo menos não custa nada a mais.
* Vanessa Anacleto é co-fundadora do Milc.
* *Sim, este é um publieditorial – Antes que alguém diga: “Ué, mas vocês não são contra as marcas? Como podem estar falando de uma marca agora?”, quem nos conhece já sabe que entendemos que os valores humanos devem estar acima dos interesses das empresas. É esta nossa visão e ela permeia este post aqui. Para saber mais sobre parceria Milc-Mercur, clique aqui. Para conhecer o site da Mercur, clique aqui.
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