campanhas / 17 de dezembro de 2012

Não vamos deixar o consumismo roubar o Natal

Texto de Renata Kotscho Velloso*

Uma pergunta que as minhas filhas adoram fazer mesmo já sabendo a resposta é “Mãe, qual o seu feriado preferido?” A resposta é sempre a mesma: o Natal. Eu amo as decorações, as músicas e o espírito natalino, que para mim se resume em Generosidade.

É uma pena porém que o consumismo seja o verdadeiro Grinch e tenha roubado o natal. Não sou a pessoa mais religiosa desse mundo, mas acho muito incoerente a gente comemorar o nascimento do homem que defendia que devíamos doar tudo o que possuímos aos pobres enchendo os nossos amigos e familiares de tranqueiras inúteis.

Não sou contra presentear, muito pelo contrário. Mas desde quando presentear é sinônimo de passar horas e horas em shoppings lotados procurando dar conta de uma lista enorme de pessoas? Isso para escolher algo que a pessoa provavelmente não vai usar.

Sinto muito, mas essa é a realidade. Tente lembrar do último presente de Natal que você ganhou e que realmente gostou e usou de verdade? A gente hoje em dia não usa nem as coisas que a gente mesmo escolhe, como esperar que alguém no meio de uma lista de outras 30 pessoas a serem presenteadas vá achar aquilo que você estava querendo tanto e nem sabia? Porque se soubesse você mesmo já teria comprado, não é?

Que tal neste Natal pensar um pouco fora da caixinha de bugigangas e presentear as pessoas queridas com seu tempo ou com experiências marcantes? Pode ser uma massagem relaxante no amado, um bolo feito com carinho para a vovó, uma ida a praia com as crianças.

Que tal deixar as compras de lado e resgatar a magia do Natal ensinando músicas natalinas para as crianças? Lendo livros com fábulas antigas? Contando a história de Jesus? Montando um presépio bem bonito?

É isso que vamos tentar fazer aqui em casa por nós e pelas crianças. As crianças aprendem conosco, com o nosso exemplo. Elas não apenas recebem presentes caros e inúteis, elas participam de todo o “compra-compra” . Queremos ensinar as nossas filhas que presentear significa doar, ajudar, se voluntariar. O Natal tem um potencial tão maior do que comprar. Pode ser um momento de esperança, renovação, amor, agradecimento ao invés de ser apenas um momento de consumir.

*Renata é mãe de 3 meninas: Luiza, Julia e Clara. Médica formada pela Unicamp, mora há um ano com sua família na Califórnia. Neste Natal decidiu trocar presentes caros por experiências inesquecíveis.


Tags:  consumismo Natal precisamos rever o Natal tradições

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Mariana Sá




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