Texto de Claudia Visoni*
A matéria de capa da Revista Galileu de setembro, Envenenados, tem 14 páginas e fala da falta de controle no uso de agrotóxicos no Brasil. O redator-chefe Tiago Mali saiu do ar condicionado da redação e rodou o Brasil. A reportagem traz alguns destaques:
– A chuva de agrotóxicos que caiu de um avião pulverizador sobre a escola rural de Pontal dos Buritis (Rio Verde, GO) em 3 de maio de 2013, causando 92 intoxicações.
– As pesquisas da Universidade Federal do Mato Grosso e da Fiocruz em Lucas do Rio Verde (MT) que detectaram agrotóxicos na chuva, no ar, na água potável, na urina de crianças e professores e no leite materno.
– O trabalho da equipe da médica Raquel Rigotto, da Universidade Federal do Ceará, que examinou 545 trabalhadores rurais das cidades de Limoeiro do Norte, Russas e Quixeré e, em 30% dos casos, encontrou fortes indícios de intoxicação aguda por agrotóxico no momento da entrevista. Detalhe: durante a pesquisa ocorreram mortes de trabalhadores.
– 20 depoimentos de agricultores intoxicados em Rondônia, pois lá não existem estudos quantitativos.
– Como surgiu o Movimento de Pequenos Agricultores de Alto Alegra dos Parecis (RO), liderado por Valdecir Fernandes Ribeiro, ex-vendedor de agrotóxicos que teve problemas graves de saúde por causa dos venenos e agora é militante pró-agroecologia.
– As dificuldades da transição para a agroecologia que pequenos produtores como Américo Costa, de Mirante da Serra (RO), sofrem, pois lá, como no resto do país, o crédito agrícola é obtido mediante a apresentação de nota fiscal de compra de agrotóxico.
Aí explode uma fábrica de fertilizantes químicos em Santa Catarina e a gente fica se perguntando até quando nosso governo vai subsidiar o envenenamento da população.
(*) Claudia é mãe, jornalista, agricultora urbana e autora do blog Simplesmente. Nasceu e mora em São Paulo.
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