Texto especial para o Milc de Mariana Sá*
Mandamos uma caixa para as mães blogueiras: dentro dela, vários “produtos” essenciais para a amamentação. esperamos que role uma notinha!
Foi com muita satisfação que enviamos uma caixa com dez mimos para o home office das mães blogueiras nesta Semana Mundial do Aleitamento Materno. Cada um dos mimos que segue com este presskit foram testados por nós do Milc quando amamentamos os nossos filhos há alguns anos atrás e é com carinho que mandamos para vocês. São itens indispensáveis que podem ajudar as suas leitoras a conseguir iniciar o aleitamento e continuar amamentando por muito tempo. Vem com a gente!
Afinal, o que uma mãe que deseja oferecer o melhor alimento para seu filho precisa pra amamentar?
1. Bebê: a primeira coisa que precisamos fazer para amamentar bem é entender que o RN é um ser humano íntegro, ele é pequeno, mas é um ser humano completo, e por isso tem necessidades muito parecidas com as nossas – alimento, conforto térmico, higiene, sono, aconchego, segurança, carinho, etc – e só conta com três recursos para conseguir atendê-las: instinto, fofura e choro. Entregue-se ao seu instinto para compreender o instinto de sobrevivência do seu filho: o diálogo entre vocês será pleno. Entenda que o bebê, assim como no útero, tem demandas imediatas para mamar. Com fome, com sede ou com necessidades de ordens não fisiológicas, o bebê amamentado em livre demanda, ou seja, a todo momento que demonstra o menor sinal de vontade, seja pelo choro ou outra forma de comunicação, tem muito mais chances de seguir mamando meses a fio. Mergulhe na fofura do seu bebê e permita-se atender aos seus gracejos sem pensar que num primeiro momento sua função é educá-lo. Esquecemos primariamente que antes de tarefa de educar deve estar a tarefa de criar os filhos. Bebês não são educáveis, precisam por muito tempo de criação. Os “nãos” podem esperar. Para um RN só se diz ‘sim’. Um RN precisa ser atendido nas suas demandas: cada choro é um pedido de ajuda, cada choro é uma mensagem. Choro de bebê não é birra, é necessidade.
2. Colo: é a segunda coisa que você precisa para amamentar bem. Ficar com seu RN no colo o máximo de tempo possível. A pele/o tato, o olfato e o paladar estão super ativos e é por meio deles que o bebê entende o mundo. Além de fortalecer o vínculo e de melhorar a comunicação, estar com o bebê no colo envia ao cérebro estímulos para viabilizar a produção de leite materno. A comunicação pele com pele é poderosa! Permita-se acolher seu bebê sempre que ele pedir, atenda-o antes que se desesperem: bebês não podem esperar e o colo é o lugar deles.
3. Sucção: este é um item que não pode faltar no kit de aleitamento. O bebê conhece o mundo primeiro pela boca, o reflexo de sucção vem “de fábrica” e é extremamente importante para a sua sobrevivência. A boca é composta de músculos que são muito poderosos nos primeiros meses de vida. E a sucção é fundamental para gerar no corpo da mãe o estímulo para produção de leite. Quanto mais o bebê suga, mais leite é produzido. Deixe seu bebê sugar seu seio todas as vezes que ele sentir vontade: bebê acoplado ao peito é produção garantida. Nosso kit leva também um pequeno guia da boa pega. A pega, o jeito que o bebê suga o peito, é uma das mais poderosas ferramentas para o sucesso da amamentação. Infelizmente, afastadas de nossas culturas ancestrais, muitas vezes sem apoio profissional especializado, e com outros brindes de outras caixas que não priorizam a amamentação (como chupetas e mamadeiras) prejudicamos irreversivelmente a pega e a sucção. E portanto, a produção de leite e a amamentação como um todo.
4. Água e boa alimentação: a ingestão de líquidos e de alimentos de boa qualidade é fundamental para a boa produção de leite e para a manutenção da saúde da mulher. Quando melhor e mais variada a alimentação, melhor a qualidade e mais rico é o leite. Uma das vantagens do leite materno é sabor/aroma que pode variar sutilmente a depender da alimentação da mulher, o que enriquece o repertório do bebê.
5. Descanso: uma mulher cansada e estressada dificilmente irá ter fibra para encarar com traquilidade o desafio de superar as dificuldades, de encarar as frustrações, de estabelecer um vínculo com seu bebê ou de entender os motivos por que o bebê fica chorando e encontrar soluções (e se conseguir vai estar esgotada e com legitimidade de requerer a capa da mulher maravilha). O início da amamentação é um vôo sujeito à turbulências: a calma, a respiração e a serenidade obtidas pelo descanso pelo menos quando o bebê dorme é de fundamental importância para o sucesso.
6. Apoio familiar: amamentar é um ato que pode ser mais difícil que o esperado pela mãe e deve estar acompanhado de apoio da família para que a mulher consiga ser bem sucedida. Como dissemos acima, o bebê precisa ser a prioridade da mãe que nos primeiros meses vai viver com o bebê no colo. Uma mulher com um bebê no colo precisa de estar alimentada e descansada. Não é a toa que os antigos recomendavam um resguardo mais longo do que o que vivemos hoje em dia: é impossível (e até indesejável) que uma puérpera desempenhe com perfeição todas as tarefas que fazia antes de ter filhos. Por isso é importante ter com quem dividir ou mesmo delegar as atividades de cuidado com a casa, com os outros filhos e com ela mesma. Um companheiro ou familiares que a compreendam e a apoiem são fundamentais.
7. Apoio profissional: uma mãe precisa ter ao seu lado profissionais que não estejam preocupados com curvas de crescimento, números mostrados em balanças e outras estatísticas. O profissional de saúde que acompanha a mãe e o bebê após o parto deve se ocupar em observar o bebê e a mãe, a pega, o vínculo, a saúde e o bem-estar materno. Um pediatra que se preza só recomenda complementação em casos extremos e depois que diversas medidas tenham sido fracassadas. Mais olho na mãe, menos olho na curva de crescimento: se a mãe estiver bem, apoiada e encorajada, o leite flui.
8. Incentivo: um companheiro que acompanha, avós que encorajam, amigos que compreendem. O meio social em que uma puépera está imersa deve ser aquele que encoraja e não julga a mulher. Amigos que a defendam de olhares críticos, de julgamentos e de palpites são importantes numa sociedade em que chupeta e mamadeira parece mais natural que uma teta de fora, que leite de vaca modificado parece mais “bonito” que o leite feito pela mãe especialmente para o seu bebê.
9. Uma turma: Conhecer outras mães que amamentam é um alento: o puerpério é um período em que a mulher se sente muito sozinha. Muitas vezes tem a sensação que é a primeira e a única a viver aquelas sensações. Encontrar sua turma e ser acolhida pode dar uma deliciosa sensação de que tem mais gente no mesmo barco. A troca de experiências presencial ou mesmo virtual pode ser consoladora. Procure rodas de gestantes, busque eventos de bebês na sua cidade, vá na praça do bairro. Entre em grupos de internet que tenham a amamentação como tema e beneficie-se das ajudas recebidas. Logo logo será você quem estará ajudando!
10. Cultura da amamentação: superar os mitos criados pela propaganda de leite de vaca, o nojo dos fluidos do corpo, os constrangimentos com o seio que alimenta para recriarmos em nós pessoas urbanas e civilizadas uma naturalidade autêntica e uma autonomia individual. A mãe que amamenta não precisa de olhares tortos, de julgamentos e de observações idiotas. A sociedade que prioriza o bem-estar coletivo não pode ser conivente com a cultura da mamadeira, da chupeta e do leite de lata. Não se trata de condenar quem não pôde (ou não quer) amamentar, mas de deixar de ser desagradável com quem consegue. Precisamos usar o próximo retorno para voltar a um momento em que as crianças recebiam o melhor alimento e suas mães não eram constrangidas por isso, sem a necessidade de constranger quem não o faz (por falta de capacidade ou de vontade). Mães e bebês precisam ser apoiadas em suas decisões e de olhares amorosos em direção a elas.
Obviamente esta é uma caixa de amostras fictícias para lembrar que o fundamental não está na prateleira e nem tem verba publicitária para enviar sugestões de pauta e presskit. A indústria vem desenvolvendo deste o século 20 diversos itens que podem contribuir para o bem-estar materno-infantil, mas precisamos ter a convicção de que a ausência deles não é capaz de inviabilizar a amamentação.
Muitas vezes somos convencidos que sem tal apetrecho não teremos sucesso e investimos tanta energia em adquiri-los que acaba esquecendo do principal: é como a grávida que se preocupa mais com o quarto que com o parto, que compra revistas e revistas de decoração e não faz uma leitura sobre a forma mais adequada e segura de fazer o seu bebê chegar ao mundo.
Imagem da web – quadro de Caribé.
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